Game Designer: Uma profissão que não para de crescer.
Game Designer: Uma profissão que não para de crescer, essa afirmação é baseada em números, pois o mercado de jogos eletrônicos está superaquecido. Dados da consultoria PricewaterhouseCoopers sugerem que o faturamento da indústria de games no Brasil deve saltar de US$ 448 milhões em 2013 para US$ 844 milhões em 2018, uma taxa de crescimento de 13,5% ao ano.
Com isso, há bom espaço para os designers de games, profissionais que pensam e definem aspectos como regras do jogo, relações de interação do jogador com o sistema e desenvolvimento da interface.
“O profissional deve ainda criar a história e entender de animação, direção de arte, efeitos sonoros e 3D”, diz Delmar Domingues, coordenador do curso de design de games da Anhembi Morumbi.
Os números otimistas se explicam pelo acesso mais fácil à tecnologia. “O processo de desenvolvimento de jogos eletrônicos já foi muito caro. Hoje as ferramentas estão acessíveis”, diz Marcos Imaizumi, fundador da Escola Brasileira de Games.
“Agora há bons cursos para a parte técnica, mas ainda temos dificuldade de pensar no desenvolvimento de game como um negócio”, analisa Carlos Estigarriba, 42. Formado em engenharia da computação, ele abriu o próprio negócio há 20 anos, passou por um estúdio internacional e hoje tem uma publicadora de jogos, onde adapta games para mercados específicos.
Saber empreender é fundamental, porque grande parte da indústria é formada por pequenas empresas, em que poucos funcionários fazem todo o processo de criação, publicação e distribuição dos jogos. “Hoje um game é distribuído gratuitamente em plataformas digitais, e o dinheiro vem por outros mecanismos, como compra de itens e venda de publicidade”, diz Domingues.
Além dos jogos de entretenimento, o designer de game pode desenvolver produtos para treinamentos corporativos, publicidade, promoção de saúde e educação.
O que é game design e o que faz o game designer
Para entender o que é um game designer é preciso também entender quais tarefas estão ligadas ao game design em si.
O design de jogos envolve desde a concepção, criação até a coordenação do jogo que será criado. É por meio dessa atividade que o projeto toma vida e passa a englobar as áreas de programação, arte, sonoplastia, entre outros.
Sendo assim, a responsabilidade do game designer (ou designer de jogos) é cuidar de todo o planejamento da interface, interatividade, enredo e mecânicas do jogo que deverão entreter o jogador. Em outras palavras: é esse profissional que deverá pensar em formas de tornar o jogo divertido, engajador e interessante para o público.
É possível criar um jogo sem exatamente ter um designer gráfico, um programador ou gerente de projetos. No entanto, é impossível conceber um game sem que alguém atue como o game designer da equipe.
A partir do planejamento feito pelo game designer é gerado um Game Design Document (GDD), o qual contém todos os dados do projeto do jogo.
E é importante ressaltar que mesmo quem trabalha sozinho, desenvolvendo jogos independentes, precisa se organizar dessa forma e desempenhar essa função para, então, ter mais chances de sucesso na criação e publicação do jogo.
Como funciona a carreira de um game designer
Um game designer passa por várias etapas do desenvolvimento de um jogo – desde o planejamento em si até a concepção da arte e da programação de suas mecânicas.
Sendo assim, na pré-produção do projeto ele cuida do design e das regras que norteiam o jogo. E na fase de produção ele faz o design do gameplay, da ambientação, trama e dos personagens do game.
Para ter uma ideia de como essa ocupação funciona, pense na função de um diretor de cinema. Esse profissional estrutura a parte artística e técnica de um filme para que ele corresponda à sua criatividade.
A mesma coisa acontece com o game design: as habilidades de arte, escrita e técnicas são essenciais para um profissional nesse posto. O perfil de um game designer, então, é de um profissional que sabe lidar com conhecimentos multidisciplinares, tem boa comunicação com a equipe e também está constantemente estudando formas de aplicar a arte da melhor forma na história de um jogo.
Uma maneira comum de começar nessa profissão é iniciar a carreira testando jogos.
Para quem não sabe, um testador de jogos é aquele profissional responsável por encontrar erros nos protótipos do jogo (os famosos bugs) e também avalia se os desafios e a história do jogo estão de acordo com o que é proposto no projeto proposto. Muitos gamers, inclusive, acham que essa é a profissão dos sonhos.
Em estúdios com equipes estruturadas, é comum ver os designers serem divididos entre diversos cargos, como:
- Designer-chefe: responsável por liderar os demais profissionais em sua equipe e por toda a visão que desenvolve o conceito do jogo. Ele quem toma as decisões e garante a comunicação da equipe. Sendo assim, o designer-chefe pode ser o próprio dono da empresa de jogo ou ser designado como líder principal na organização;
- Designer de sistema ou Designer de mecânica de jogo: esse profissional tem como principal responsabilidade a elaboração das regras do jogo, de forma que elas sejam equilibradas;
- Designer de fase (Level Designer) ou Designer de ambientação: essa função é uma das mais importantes, pois diz respeito às fases, desafios e missões de um jogo. É o designer de fase quem faz com que cada etapa do game proporcione engajamento e apresente a devida evolução do jogador até o fim da história do jogo.
- Redator: o redator, como o próprio nome diz, fica responsável pela narrativa do jogo. Dessa forma, ele deve ter experiências nessa área para poder construir diálogos, cutscenes, comentários, dicas, tutoriais, e quaisquer outros objetos e interações com textos com os quais o jogador lidará ao longo do game. Tudo isso, claro, de forma que faça sentido com o estilo e a história do jogo.
Game Designers brasileiros que vale a pena conhecer
A indústria brasileira de jogos cresce a cada ano e, com ela, a quantidade e estúdios, desenvolvedores independentes e empresas especializadas em publicação de games.
Para se ter uma ideia, hoje o Brasil ocupa a 4ª posição no mundo entre as nações que mais consomem jogos.
E, como os cursos de graduação em Game Design são ainda recentes no país, muitos brasileiros que sonhavam em trabalhar com jogos nos últimos vinte anos tiveram que aprender sobre desenvolvimento, arte, e game design de diferentes formas.
É o caso dos desenvolvedores Felipe Dal Molin, Mark Venturelli e da Thais Weller.
Mark Venturelli
Com quase 10 anos de experiência no mundo do desenvolvimento de games, Mark Venturelli atua tanto com a publicação de jogos indie como também participa do processo de game design em outras empresas, estando por trás de sucessos como o Chroma Squad, publicado pela Behold Studios.
Sua formação inicial, entretanto, nada tem a ver com design de jogos ou computação. Com bacharel em comunicação e mestrado em design, ele cofundou em 2010 seu primeiro estúdio de jogos, chamado Critical Studio, onde publicou o game Dungeonland.
Em 2013, ele fundou seu próprio estúdio independente, chamado Rogue Snail, com o qual já publicou o jogo Relic Hunters Zero.
Mais sobre Mark Venturelli em:
Felipe Dal Molin, co-fundador da Luderia
A história de Felipe Dal Molin exemplifica muito bem o fato do game design ser uma área de estudos nova no Brasil.
Com o sonho de fazer jogos desde 2004, o co-fundador da Luderia iniciou seus estudos em ciência da computação para aprender mais sobre programação.
No entanto, depois de perceber que essa não era sua área de interesse para trabalhar com games, ele acabou optando pela graduação em design industrial e decidiu buscar, por conta própria, outros conhecimentos necessários para chegar à carreira de game design.
Logo depois da faculdade, ele e mais dois colegas fundaram o estúdio de jogos Luderia, dando vida a projetos e publicando games de destaque no país como o Spooklands. “Tudo o que sabemos sobre criar jogos foi aprendido fazendo nossos jogos”, afirma Dal Molin em entrevista.
Para saber mais sobre a trajetória de Felipe Dal Molin e conferir suas dicas sobre game design acesse a entrevista completa no link abaixo:
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Thais Weller
A cofundadora da Joymasher, Thais Weller, também não tem uma carreira nada comum para o desenvolvimento de jogos.
Formada em design de moda e também em jornalismo, ela descobriu que poderia seguir carreira em games enquanto escrevia matérias sobre o assunto. E foi depois de decidir fazer um mestrado estudando game design que ela realmente passou a investir na área.
“No meu mestrado eu percebi que existe uma indústria de games, que era algo que eu não imaginava que tinha no Brasil. Antes eu achava que era uma coisa feita por gente de fora, com muito dinheiro”, afirma em entrevista.
Com um portfólio já cheio de jogos criados, Thais está por trás de cases de sucesso nos games brasileiros como as produções de Oniken e Odallus e chegou a dar aula sobre game design na Alpha Channel.
Confira a entrevista que a Thais Weller concedeu ao Produção de Jogos:
Saiba mais sobre a Thais Weller:
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a profissão de Game Designer, que tal ler um pouco mais e também conhecer sobre realidade virtual e as suas tendência de mercado.